24 de março de 2013

RECOMENDO:A RAINHA DO CASTELO DE AR (STEIG LARSSON)




Ler A rainha do castelo de ar proporciona uma dose de alívio e uma dose de angústia. O alívio se deve ao fato de que, finalmente, é possível encontrar esclarecimentos para os mistérios que ficaram em aberto no segundo volume. Já a angústia se deve à sensação sufocante que acompanha a leitura: você se perguntase (e, principalmente, como) Mikael Blomkvist e sua tropa de defensores de Lisbeth conseguirão o impossível: provar a inocência da hacker.

Neste livro, Lisbeth Salander está internada em um hospital, onde se recupera de uma tentativa de homicídio, mas não pode ficar em total repouso: ela tem pouco tempo para provar sua inocência, pois em breve começará um julgamento que decidirá se Salander deve ou não ser novamente internada em uma instituição psiquiátrica. No entanto, esse não será um desafio que terá que enfrentar sozinha: Mikael, furioso com a polícia, com a imprensa, com a promotoria pública, colocará em risco sua própria vida para ajudar Lisbeth. Além dele, não faltarão pessoas dispostas a lutar pela verdade. 

Então, mais do que o simples suspense, a narrativa chama atenção pela astúcia. Para os personagens, mais importante que desvendar mistérios é saber escolher as estratégias que possam desmontar a argumentação dos rivais. Embora não seja um romance de tribunal, o julgamento de Lisbeth é a melhor parte do livro: comprova que a genialidade da obra não reside na identificação do(s) criminoso(s), mas na complexidade da trama inteligente em torno dos crimes que envolvem Salander e na análise que faz da violência sofrida por mulheres, tema que norteia toda a série Millennium. 

Os livros dessa trilogia são tão maravilhosos que é inevitável a sensação de vazio quando concluímos a leitura da série que nos cativou com um enredo inteligente, personagens complexos, reviravoltas incríveis, uma linguagem atraente, entre outras qualidades que poderíamos atribuir às obras de Stieg Larsson.

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